Padrinho de casamento do juiz Moro pediu 5 milhões de dólares, por fora, para reduzir multa de Tacla Durán na Lava Jato


Quando a acusação de que o padrinho de casamento do juiz Moro, Carlos Zucolotto, teria pedido dinheiro por fora ao advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán para reduzir sua multa e melhorar sua delação como um todo junto à força tarefa da Lava Jato, o juiz Moro tomou as dores do padrinho e publicou uma nota em seu blog oficioso, O Antagonista, criticando a repórter Mônica Bergamo, por dar crédito à palavra de um foragido da Justiça (logo ele, que vive de conversa com criminosos, como seu doleiro de estimação Youssef, que o acompanha desde o Banestado).

Ou o juiz Moro não sabia com quem estava lidando (nas duas pontas) ou acreditava que seu poder era de tal ordem que uma nota autoritária abafaria o caso.

Só que não. Dois deputados do PT, enviados pela CPI da JBS, foram à Espanha, onde está Tacla Durán, que tem dupla nacionalidade, e conseguiram entrevistá-lo.

Tacla Durán não apenas confirmou o teor da publicação da jornalista, como deu mais detalhes de como foi a tratativa com o padrinho de Moro, quanto ele queria em dinheiro (cinco milhões de dólares), como queria receber (por fora, ou seja, sem recibo, no caixa 2), e afirmou ter documentado tudo isso, através de prints das mensagens e emails.

Leia a seguir trecho da transcrição do depoimento de Durán aos deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous (que além de deputado é advogado e foi presidente da OAB-RJ), que você pode conferir na íntegra clicando aqui.

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Tacla Durán — Eu não liguei para contratá-lo {Zucolotto]. Eu liguei e disse: olha, eu estou com um problema pessoal, ai em Curitiba, a Lava Jato, eu não sei se você tem como ajudar, trabalhar nisso, ou indicar alguém. Aí ele disse que a ia ver como estava o caso.
(...)
Pimenta — Estas tratativas que o senhor teve com ele, o senhor pode comprovar que elas realmente existiram?
Tacla Durán — Eu tenho as mensagens, eu fotografei as mensagens.
(...)
Damous — Ele tem um cliente procurador, não tem?
Tacla Durán  — Eu não sabia, eu soube pela Folha de S. Paulo, Dr. Carlos Fernando.
Damous — É cliente dele?
Tacla Durán — Eu soube pela Folha. Carlos Fernando dos Santos Lima. Então conversamos sobre isso, ele ficou de verificar. Aí ele verificou, deu o retorno e falou que havia a possibilidade de reduzir a multa que estavam propondo. E que, então, pagaria um terço da multa. No acordo. E pagaria outro terço como honorários para ele. A partir daí a gente faria a minuta, essas coisas.
(...)
Damous — Esse terço que seria pago como honorário dele, como é que isso seria feito? Ele pediu para formalizar?
Tacla Durán — Não. Informal. Ele, a princípio, pediu informal.
Damous — Informal como? Por fora?
Tacla Durán — Por fora.
Pimenta — Que valor seria isso?
Tacla Durán — Cinco milhões de dólares.
(...)
Pimenta — O senhor poderia nos disponibilizar cópia desse diálogo que o senhor teve com o dr. Zucolotto.
Tacla Durán — Sim, eu já submeti à perícia, aqui no exterior [Durán está na Espanha].
Damous — Está sendo periciado.
Tacla Durán — Sim, está sendo periciado.
Pimenta — E essas tratativas, feitas no sentido de melhorá-las, foram feitas com qual procurador?
Tacla Durán — Com quem ele falou? Para falar a verdade, ele não nominou. O email foi enviado pelos procuradores Roberson Pozzobon, Carlos Fernando Santos Lima e Júlio Noronha.
Pimenta — Foram eles que encaminharam para o senhor?
Tacla Durán — Enviaram. Enviaram numa sexta-feira e exigiram que eu fosse assinar na segunda.
(...)
Tacla Durán — O e-mail dos procuradores é absolutamente verdadeiro, é da rede do MPF.
Pimenta — Está assinado?
Tacla Durán — Sim, com cópia a três procuradores. Com cópia. Copiados três procuradores e copiado meu advogado. Meu advogado me encaminhou.


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