Delator da Odebrecht afirma que Aécio Neves recebia de propina 'entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos'


Mais uma semelhança é descoberta entre o esquema de corrupção montado no Rio de Janeiro pelo ex-governador Sérgio Cabral (preso em Bangu 8) e o senador e ex-governador de Minas Aécio Neves. Ontem, mostrei aqui o esquema de George Savala, usado em Minas e depois no Rio, e hoje reproduzo declarações de reportagem publicada na Folha, em que o "ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior afirmou em sua delação premiada à Lava Jato que se reuniu com Aécio Neves (PSDB-MG) para tratar de um esquema de fraude em licitação na obra da Cidade Administrativa para favorecer grandes empreiteiras".

A coincidência dos esquemas é que, segundo o delator, em Minas Aécio ficava com 2,5% a 3% sobre o total dos contratos. No Rio, Cabral era mais guloso e ficava com 5%.

Pela denúncia do delator, só na obra da Cidade Administrativa Aécio teria embolsado em torno de R$ 60 milhões.


Segundo a Folha apurou, Benedicto Júnior, conhecido como BJ, disse aos procuradores que, após o acerto, Aécio orientou as construtoras a procurarem Oswaldo Borges da Costa Filho. De acordo com o depoimento, com Oswaldinho, como é conhecido, foi definido o percentual de propina que seria repassado pelas empresas no esquema.
Ainda de acordo com o delator, esses valores ficaram entre 2,5% e 3% sobre o total dos contratos.
Em nota, Aécio repudiou o teor do relato de Benedicto Júnior e defendeu o fim do sigilo sobre as delações "para que todo conteúdo seja de conhecimento público".