O país parecia que nunca havia assistido a nada daquilo: um presidente da República que desse pedaladas fiscais, como todos os outros anteriores o fizeram. Então, por que o espanto? Porque havia uma diferença: não era presidente, era presidenta. Porque o golpe não foi apenas pela falta de cintura política de Dilma, foi por misoginia, pelo machismo brasileiro, que achava muito desaforo uma mulher dando ordens no país.
Pois ela foi golpeada. Por corrupção, diziam.
Agora, temos uma quadrilha de ladrões no poder, com um presidente golpista balançando a ratoeira pendurada no rabo e o povo discutindo BBB...
Foi golpe. É golpe. Estamos no golpe. E Temer gravando vídeo para explicar que esteve, sim, na reunião dos milhões de propina para o PMDB como delatado, com Caranguejo, Primo ou Quadrilha, e diretores da Odebrecht, mas que esse assunto de corrupção não foi tratado na conversa (provavelmente falaram de mesóclises ou da perícia das mulheres em decifrar preços de supermercados); esse vídeo é o próprio chacoalhar da ratoeira, batendo como uma matraca pra ver se o povo acorda.
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